Associação de Bairro

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unidade_populaNas lutas do povo, dos trabalhadores, das comunidades a participação coletiva foi a única forma na qual levaram à vitória e às conquistas comuns reivindicadas. Ao passo que a união sendo quebrada o retrocesso das conquistas tem uma velocidade assustadora. E, quando as organizações populares percebem, perderam o terreno duramente conquistado.

O modelo de participação popular conhecido como Associação de Moradores, tem como objetivo organizar a comunidade de um bairro para reivindicar ações do poder público nas áreas de saúde, educação, segurança, geração de emprego e renda, etc., nos moldes que conhecemos essa forma de organização nunca tiveram uma autonomia muito menos o poder de intervir nas gestões, salvo exceções raríssimas. Esses movimentos populares sempre estiveram ligados a grupos políticos através do presidente da associação de bairro que se aproxima de candidatos e partidos políticos com o único e exclusivo objetivo de tirar o máximo de proveito eleitoral, para isso, basta estar à frente dos demais moradores, fazendo o canal de ligação entre a comunidade de eleitores e os interesses do político e de seu grupo.

Todo e qualquer benefício conseguido pelas lideranças dessas associações: sistema de comunicação “Voz” ou rádio comunitária; modo de geração de renda para a comunidade: panificadoras comunitárias, cooperativas de artesanato, posto de saúde, escola, tele-centro, etc., foram apropriados – como propriedade privada –  por esses “líderes” e o uso comum desses benefícios ficou no controle do presidente da associação que tem total gerencia sobre o quê e quem será beneficiado.

Como vemos esse modo de organização popular não serve aos interesses de seus moradores, pelo contrário, de tempos em tempos se rearticulam para defender os interesses do grupo político com a promessa de atender as reivindicações, mas na verdade quem será beneficiado será, às vezes, unicamente a pessoa que se apresenta como o porta-voz da comunidade.

Apenas em forma de conselhos, com participação maciça de seus membros, a comunidade encontrará pessoas capazes de representá-las em outras esferas de poder: conferências, Câmara Municipal, Assembleia Estadual, Câmara Federal e em todas as esferas do poder executivo. Alguns dos detentores de cargos públicos surgiram de organizações de associações de moradores viciadas para disputa eleitoral, mas como o espaço de disputa nos partidos políticos só é dado quando o grupo político tem a certeza que os votos recebidos por esse representante de bairro beneficiará na prática os próprios políticos com status de cacique do partido.

Para que a população de uma localidade conquiste seu espaço de influência política em busca de políticas públicas para sua comunidade é necessário reformular a forma de organização e representação dessas comunidades, claro que, somente reformular não é a solução definitiva, isso só se dará por completo com uma revolução que parte da participação ativa nos debates e, organizados em conselhos da comunidade com um sistema de divulgação popular fiscalizada diuturnamente por todos os moradores com o único objetivo, o de conquistar o que é de interesse comum a todos.

Sou apenas um trabalhador assalariado, casado com a companheira Irisnete Geleno, pai de quatro filhas(Ariany, Thamyres, Lailla e Rayara), morador da periferia (Boca da Mata-Imperatriz), militante partidário (PSTU) que assumiu algumas tarefas eleitorais como candidato (2006, 2008, 2010 e 2012) e que luta por uma sociedade COMUNISTA. Sempre fui e continuarei sendo a mesma pessoa de caráter que meus pais, minha escola, meus amigos ajudam a forjar. Um comunista escravo do modo de produção capitalista que não aceita a conciliação de classe defendida por muitos que se dizem de "esquerda", mas que na verdade são pequeno-burgueses que esperam sua chance no capitalismo.

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