É hora da classe entrar em cena, porque o PT já era!

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CLASSE TRABALHADORAO tempo histórico concedido ao PT para cumprir o papel de capataz da burguesia, chegou ao fim. A burocracia petista tem observada atônita seus antigos aliados com a cabeça de Dilma na bandeja e a de Lula na guilhotina.

O PT abandonou os trabalhadores para servir aos patrões e agora estão de aviso prévio e sem a muleta dos trabalhadores. Esqueceram que patrão é sempre patrão, mas capatazes são transitórios.

Golpe à vista! Em defesa da democracia! Pela unidade da esquerda! Foi o que sobrou de fraseologia para o PT e seus intelectuais, porém sem eco entre aqueles que PT atacou com tanta competência e veemência nos últimos anos para massagear o ego político da burguesia deste país. O que o PSDB não conseguiu fazer na era FHC, o PT fez com Lula e Dilma.

O PT foi aquele tipo de capataz que para mostrar competência aos seus patrões, procura sempre ser mais duro com os trabalhadores do que os próprios patrões. Privatizaram a previdência, acabaram com as aposentadorias, tiraram a reforma agrária da agenda política do país, encurralaram os quilombolas e povos indígenas, aprovaram leis anti-greves, criminalizaram os movimentos sociais com a lei “anti-terrorismo”, colocaram o PSTU, o PCB e o PCO na semiclandestinidade com a cláusulas de barreira, privatizaram o pré-sal junto com o PSDB, engavetaram o kit anti-homofobia, militarizaram os morros e as periferias, sangraram juventude negra deste país como nunca visto antes, dissolveram a SEPPIR, a Secretária de Política para Mulheres e de Direitos Humanos, lideraram a ocupação militar no Haiti, etc., etc., etc.

Atacaram tudo que os trabalhadores conseguiram incorporar a “Democracia Burguesia” desde a redemocratização do Brasil. De fato o PSDB e toda oposição de direita nunca se conformaram em ver o PT fazendo tudo isso com tanta competência. É de provocar inveja mesmo. Por tudo isso, não é politicamente honesto colocar um sinal de igual entre defesa do governo Dilma e a defesa da democracia. Os trabalhadores têm todo o direito de colocar o governo Dilma no mesmo lugar em que Dilma colocou seus direitos, no lixo da história!

Que chamem os trabalhadores de reacionários, mas o que a burocracia petista e seus intelectuais de escrivaninha não podem fazer é taxá-los de masoquistas em termos de política. Os milhares de quilombos organizados neste país durante séculos é o registro histórico mais importante de que nosso povo não costuma entregar a face aqueles que chicoteiam suas costas.

De fato o ato de domingo impressionou. Ufa! Nunca vi tanto cara- pálida vestido de amarelo na história deste país. Se se mirassem no espelho, de tanto ódio que estavam, rasgariam a própria face, tal como rasgavam tudo de vermelho que olhavam pela frente. Porém, o centro do debate é outro: é saber para onde vai os trabalhadores e a periferia deste país?

Já faz algum tempo que os trabalhadores e a juventude negra e favelada deste país está apontando o caminho, e é “Contra Todos Eles!” ( PT, PSDB, PMDB, DEM, etc.). As greves aumentaram meteoricamente desde 2012 e são greves que se chocam contra a burocracia petista,que, para preservar seus cargos, e não necessariamente os direitos dos trabalhadores, estarão hoje nas ruas pelo “Fica Dilma”!.

As ocupações das escolas em SP foi outro bom exemplo de que a juventude das periferias não tem qualquer acordo com o PSDB. A retomada dos territórios quilombolas e indígenas está quebrando o imobilismo que o lulismo impôs a luta no campo.

Somos contra o impeachment de Dilma, por que é uma saída da crise política pela direita, porém acreditamos que não existe outra alternativa para unificar a classe trabalhadora, dividir pequena burguesia enfurecida e tirar o “Tio Patinhas” da Fiesp das ruas a não ser pelo “Fora Todos Eles!”, pela construção da Greve Geral e pela formação dos Conselhos Populares nas fábricas, no campo e nos bairros. É a classe que produz a riqueza deste país que deve decidir seu destino e uma oportunidade histórica parece está se abrindo neste momento.

Hertz Dias, professor, Rapper e militante do PSTU/MA

Sou apenas um trabalhador assalariado, casado com a companheira Irisnete Geleno, pai de quatro filhas(Ariany, Thamyres, Lailla e Rayara), morador da periferia (Boca da Mata-Imperatriz), militante partidário (PSTU) que assumiu algumas tarefas eleitorais como candidato (2006, 2008, 2010 e 2012) e que luta por uma sociedade COMUNISTA. Sempre fui e continuarei sendo a mesma pessoa de caráter que meus pais, minha escola, meus amigos ajudam a forjar. Um comunista escravo do modo de produção capitalista que não aceita a conciliação de classe defendida por muitos que se dizem de "esquerda", mas que na verdade são pequeno-burgueses que esperam sua chance no capitalismo.

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