Fraude na urna eletrônica

0

No mundo aonde o poder da informação e do domínio de tecnologias da informação são cada vez mais poderosos seria ingenuidade dizer que a urna eletrônica não seria passível de fraudes. Mas isso não quer dizer que o processo de coleta e apuração dos votos é fraudulento propositalmente.

Dizer que num processo eleitoral as instituições burguesas, a justiça eleitoral, por exemplo, não tem partido é esquecer que essas instituições são compostas por pessoas que são ligadas as mais diversas matizes de pensamento e oriundas das mais variadas extratos sociais que existem, se há uma maioria conservadora ou não é outra discussão. Mas enquanto instituição não teria condições de orquestrar uma fraude sistemática sem que não houvesse uma denúncia concreta partindo do seio dessa instituição.

Assim, para que a urna eletrônica fosse programada para dar a vitória a um candidato escolhido por essas instituições, ou que ela sofresse influência externa para fazê-lo torna muito difícil sua concretude. Não quero dizer que não seria possível, tecnicamente é. Usando lógica de programação de componentes que gerenciam o equipamento – “Complementary Metal Oxide Semiconductor” CMOS –, Sistema Operacional-SO, Software Eleitoral que recepciona os votos na urna, ou no processamento dos votos na apuração com os programas de leitura e transmissão dos dados para as totalizações, em todos esses processos pode haver alterações nos dados. Lembrando que para que isso acontecesse seria preciso ter consenso entre os indivíduos desse processo.

Toda justificativa dada pelos órgãos que defendem a segurança do processo eleitoral baseiam-se: no fato de que as urnas eleitorais não têm acesso à rede mundial de computadores – durante a recepção do voto –, que os algoritmos (a grosso modo explicando seria a instrução que interpreta a informação ao clicar na tecla “1” depois “6” e confirmar registra-se o voto em um candidato do partido PSTU), programas de registro dos votos (software eleitoral) e, são auditados por especialistas que não encontram brechas de mudança neles, sem o acesso prévio na urna.

Os casos relatados de que um eleitor teclou nos números de um candidato e a urna apresentou outro seria a constatação de um absurdo lógico informacional. Nesse caso, prefiro atribuir à burrice do individuo que operou o equipamento (o eleitor, sendo genérico e não especificando a qual candidato ele é eleitor), além do que tal alteração entre o dado digitado e o que é gravado no flash card interno da urna se dá por algoritmo, processo internos do software.

Agora, os dados de todas as urnas foram verdadeiramente recuperados dos seus flash card? Por que esses flash cards não ficam guardados para um possível questionamento e acesso deles para comprovar as totalizações? Alguém já se perguntou por que a justiça eleitoral não aceita recontagem dos votos a partir de onde eles foram coletados, a urna, mesmo sendo rápido e totalmente informatizado?

As democracias burguesas não focam em fraudar o processo nesse ponto, pois é ela que garante a “idoneidade” e “legitimidade” de quem vai ganhar, em regra geral, os membros dessa burguesia que engendra a democracia que mantêm, graças às eleições, os ricos sempre no poder.

Desta feita, a fraude precisa ser feita longe do instrumento que respalda sua confirmação. Ela se dá pelo conjunto de leis e regras eleitorais, a exemplo da distribuição do fundo partidário e do tempo de TV e rádio aos candidatos. Exclui um concorrente bem específico, os partidos e candidatos da classe oposta à da burguesia – aqueles que podem sobrepujar a ordem estabelecida –, mesmo essas regras parecendo iguais para todos que se dispõe na disputa eleitoral democrática, ela só é validada para impedir os indivíduos da classe que podem trazer alguma “desordem”.

A forma de fraudar o que seria o momento de escolha de representação das parcelas da sociedade se concretiza bem longe da urna e das instituições destacadas por organizar e fiscalizar a lisura do processo eleitoral. Ela é exercida pelo poder econômico durante a formação de partidos, alianças eleitorais, arregimentação de figuras conhecidas etc., para: a) receber dinheiro de forma “licita” das mais variadas fontes declaradas ou não; b) da negociação de cargos na maquina pública para arregimentar aliança eleitoral em “currais eleitorais” ou na máquina do Estado, no caso daqueles que estão em mandatos no executivo municipal, estadual ou federal; c) e a velha prática da troca de voto por dinheiro, etc. Práticas reconhecidas pelas instituições que serviriam por zelar pela disputa democrática, mas que faz vistas grossas, sendo conivente com toda a fraude do processo.

Como pode se perceber, não é preciso que a urna centralize o processo fraudulento que são as eleições burguesas. Todo o restante do processo já garante o sucesso das fraudes conhecidas e estabelecidas do sistema eleitoral.

Sou apenas um trabalhador assalariado, casado com a companheira Irisnete Geleno, pai de quatro filhas(Ariany, Thamyres, Lailla e Rayara), morador da periferia (Boca da Mata-Imperatriz), militante partidário (PSTU) que assumiu algumas tarefas eleitorais como candidato (2006, 2008, 2010 e 2012) e que luta por uma sociedade COMUNISTA. Sempre fui e continuarei sendo a mesma pessoa de caráter que meus pais, minha escola, meus amigos ajudam a forjar. Um comunista escravo do modo de produção capitalista que não aceita a conciliação de classe defendida por muitos que se dizem de "esquerda", mas que na verdade são pequeno-burgueses que esperam sua chance no capitalismo.

Deixe seu comentário