Governo de esquerda e direita em que se diferenciam?

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esquerda-direitaCom a experiência de treze anos de um partido como o PT no governo se aprendeu a diferenciar um governo de direita e um de “esquerda” e, em que eles se diferenciam. Antes de continuar, devo acalmar os ânimos dos que acompanham minhas postagens, não estou aqui caindo em contradição, que a primeira vista já diria que agora estou reconhecendo o PT como sendo um dito governo de esquerda – a palavra “esquerda” no título é motivado porque os partidos de oposição de direita acusam os erros do PT por identificá-lo como de esquerda -, não, não estou! Continuo dizendo que o PT é um gerente do capital e por essas condições nunca poderá ser considerado um governo de esquerda, no máximo um governo de Frente Popular[1], são conceitos muito diferentes.

Em termos de abertura e inserção das massas num mercado de consumo – com suas políticas de governo como: Bolsa Família, “Minha Casa, Minha Vida”, FIES, PROUNI, etc. – no âmbito econômico; e, com a abertura da participação de negros, mulheres e outras fatias sociais nas tomadas de decisões no âmbito da gestão além do fomento de discussões sobre racismo, homofobia, diversidade de gênero, etc. no debate social dá a esse período uma característica bastante progressista ao governo do PT, mas só isso não o caracteriza um governo de esquerda.

Já nos primeiros dias de um governo essencialmente de direita e conservador se vê muito dos avanços sociais e de participação heterogênica da sociedade sendo revista pelo governo de Michael Temer. Uma homogeneização acadêmico/técnica, racial e social com políticas claras de direita que visa reduzir ao máximo e em um curto espaço de tempo o tamanho e a cobertura do Estado à população mais carente, e porque não dizer a todos que dependem dos serviços universais: saúde, educação e previdência.

Se analisarmos as ações que visam a participação social em suas diversidades só esses contrastes já deixam claro as diferenças entre um governo de direita e um de frente popular. Mas entre os dois modelos de políticas e de partidos enquanto programa são bastante semelhantes no que tange à área econômica e de gestão do capital. O que muda entre esses é a velocidade das medidas e as táticas usadas. Enquanto o PT segue a lógica da cooptação de lideranças, movimentos e sindicatos para cumprir o papel de convencimento. O PMDB o da imposição e da propaganda de única saída ou do remédio amargo para curar na prática a doença dos ricos. Tanto é que enquanto o PMDB teve a paciência de estar compondo o governo do PT não havia problemas entre eles.

Um governo de esquerda – na essência da palavra – teria como tarefa imediata de criar instrumentos que enfraquecesse o Estado Burguês e suas forças mantenedoras e a criação de estruturas de poder popular capaz de, independente do governo, pudesse dar a direção política para o país. Essas medidas não se viram nos governos de Frente Popular comuns nesses últimos 20 anos em países da América Latina (Equador, Bolívia, Venezuela, Argentina entre outros). E, por isso mesmo suas burguesias conseguem, através de suas forças nas estruturas de poder do Estado Burguês facilmente retomar o poder, e, consequentemente manter inerte a classe trabalhadora que foi mantida à margem da direção do Estado, justamente por ser um estado burguês conservado por partidos progressistas.

[1] Frente Popular não é o nome de uma coligação. É um conceito político. Chamamos de Frente Popular a todos os governos encabeçados pelos partidos da classe trabalhadora em unidade com a burguesia.

Sou apenas um trabalhador assalariado, casado com a companheira Irisnete Geleno, pai de quatro filhas(Ariany, Thamyres, Lailla e Rayara), morador da periferia (Boca da Mata-Imperatriz), militante partidário (PSTU) que assumiu algumas tarefas eleitorais como candidato (2006, 2008, 2010 e 2012) e que luta por uma sociedade COMUNISTA. Sempre fui e continuarei sendo a mesma pessoa de caráter que meus pais, minha escola, meus amigos ajudam a forjar. Um comunista escravo do modo de produção capitalista que não aceita a conciliação de classe defendida por muitos que se dizem de "esquerda", mas que na verdade são pequeno-burgueses que esperam sua chance no capitalismo.

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