A Grilagem Urbana existe em Imperatriz?

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Na cidade de Imperatriz, a Grilagem, tornou-se uma prática muito comum nos últimos anos. Principalmente nas invasões de áreas de córregos que cortam os bairros – antes tidos como periféricos -, com a expansão da cidade e o surgimento de loteamentos e novos bairros nas extremidades da cidade, passaram a se tornar bairros centrais de suas regiões.

Assim como os grileiros tradicionais de terras públicas, que tinham um perfil de pessoas com poder político e econômico capaz de invadir e dar legalidade da posse através de documentos forjados, o grileiro urbano também tem o mesmo perfil.

E como que acontece a grilagem?

Como relatei, as áreas invadidas no centro dos bairros populosos são áreas que necessitam de grande intervenção e recursos financeiros para o cercamento e o aterramento das margens dos córregos, proporcionando um ar de “propriedade”. Após esse beneficiamento da área e sua valorização, é preciso “esquentar” um documento de posse, daí é necessário ir ao cartório ou a um servidor público do setor responsável.

Por algum tempo – a comercialização da área não é o objetivo principal – até porque a espera gera uma especulação, cria um ágio bem mais rentável do que a mera venda após a invasão.

Em Imperatriz – que não é diferente da realidade de outros municípios – temos inúmeros casos de áreas públicas griladas que posteriormente passaram a ser residências de trabalhadores. Um trecho bem conhecido hoje, é o da ocupação do riacho Cacau no bairro Bacuri. Essas ocupações irregulares causam, não só hoje, problemas socioambientais difíceis de serem resolvidos.

Os poderes e suas conivências: Legislativo e Judiciário

Tanto o poder executivo quanto o poder judiciário, fecham seus olhos para essa prática de invasão das áreas públicas, seja pelo fato do poder aquisitivo de quem invade, seja pela proximidade das relações das classes dos mesmos.

Quando se trata da ocupação de uma área por um pobre que necessita de algum tipo de moradia, o rigor da fiscalização das gestões municipais é ágil e o poder judiciário é implacável – com mandatos de desocupação do espaço – recorrendo até mesmo às forças policiais. Mas quando se trata de uma pessoa de alto poder aquisitivo, o tratamento é o que a lei (justiça) lhe garante, geralmente uma “briga” judicial sem fim e, até a conclusão às benfeitorias realizadas, geralmente deixa uma possível indenização com valor inviável a ser bancado pelo cofre público, isso se não cair nos esquecimentos das gavetas dos poderes executivo e judiciário.

Em nossa cidade há um grande número de áreas com córregos que, se já não estão sendo invadidas, podem estar atraindo os olhares de quem comete essa prática lucrativa, com a finalidade de ganhar várias áreas. A especulação imobiliária por sua vez deve lhe rende bons lucros a eles num futuro bem próximo. Enquanto isso, prefeito e justiça são apenas figuras sem valor. De autoridades, só têm a sigla de “doutor” no tratamento social, na prática não exercem nem poder regulador dos interesses coletivos, tampouco fazem com que a lei vala pra todos, só para aqueles a quem interessa o status quo.

Resido há 35 anos, próximo a um córrego no Bom Sucesso e, presenciei e presencio até hoje como vêm se dando essas invasões dos córregos e as consequências causadas por elas.

Com a redução do leito desses córregos urbanos, a vazão das águas das chuvas é bastante reduzida, causando alagamentos em casas cada vez mais afastadas do leito. Até mesmo as construções próximas, sendo construídas com o nível muito mais elevado que a rua (cerca de 80 centímetros), não deixa de serem afetados todos os anos.

Para complicar ainda mais a situação já caótica, a obra da rua José de Alencar realizada na Gestão Sebastião Madeira/PSDB, por sinal de uma qualidade típica de gestões “meia boca”, aumentaram ainda mais o alcance dos alagamentos com a implantação de manilhas de diâmetro insuficiente para o volume de água durante as chuvas.

O certo é que a grilagem é uma fonte de renda lucrativa e sem nenhum controle, deixando os problemas se acumularem ao longo do tempo.

Sou apenas um trabalhador assalariado, casado com a companheira Irisnete Geleno, pai de quatro filhas(Ariany, Thamyres, Lailla e Rayara), morador da periferia (Boca da Mata-Imperatriz), militante partidário (PSTU) que assumiu algumas tarefas eleitorais como candidato (2006, 2008, 2010 e 2012) e que luta por uma sociedade COMUNISTA. Sempre fui e continuarei sendo a mesma pessoa de caráter que meus pais, minha escola, meus amigos ajudam a forjar. Um comunista escravo do modo de produção capitalista que não aceita a conciliação de classe defendida por muitos que se dizem de "esquerda", mas que na verdade são pequeno-burgueses que esperam sua chance no capitalismo.

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