Os economistas capitalistas torcem a cada instante que ocorra a mutação necessária ao capitalismo, mas eles próprios não saberiam indicar qual é o resultado dessa nova mutação, isso é o que os deixa atônitos e sem alternativas, a não ser especular o que poderá acontecer amanhã.
Mais uma vez vemos o estado assumindo o papel de aplicar remédios(dinheiro) paliativos para contornar os efeitos da crise, através do socorro a bancos, seguradoras, grandes empresas através de liberação de recursos ou de concordatas agendadas para reduzir seu impacto numa economia já tão frágil.
Não é meramente uma falta de recursos para investimentos que está acontecendo no momento como querem passar os governos desses países, mais sim, uma superprodução de bens e uma falsa riqueza através de especulações. A escassez de dinheiro nas mãos dos trabalhadores, fruto da queda na renda real desses trabalhadores e a concentração nas mãos dos grandes detentores do capital.
No Brasil essa crise, que para muitos ainda é uma “marolinha”, há muito tempo se produz menos alimentos em detrimento à produção de etanol, soja, eucalipto, com isso a escassez elevou o preços de produtos como arroz e feijão. Multinacionais que empregam muitos trabalhadores num futuro próximo farão remessas de capital para suas matrizes e a redução da produção com a diminuição do consumo a nível mundial trará consigo o desemprego em massa, como já ocorre nos países da Ásia e para quem não sabe como nossos governantes, aqui esse fenômeno também já ocorre.
Essa configuração no Brasil tem um fator complicador, os governantes já sinalizaram várias vezes que são favoráveis à eliminação de relações de trabalho, e com elas, direitos adquiridos pelos trabalhadores. Essa seria a oportunidade que eles esperavam para concretizar os desejos dos grandes empresários – sim eles encontram oportunidades em crises, pena que não há oportunidades aos trabalhadores apenas a única saída! Alegam que a escassez de emprego é devido à carga elevada de tributos na contratação formal, um grande engodo.
Podemos afirmar que o governo federal tomou uma medida quase que suicida: vendo a produção, principalmente de veículos – principal empregadora da região sudeste – despencar resolveu eliminar e/ou diminuir alíquotas de IPI desses produtos e de outros produtos de bens duráveis (da linha branca), passando a crise com essa redução da arrecadação para a área pública.
Mais uma vez o sistema capitalista mostra à humanidade sua face mais sinistra: concentração da riqueza, exploração desenfreada dos recursos naturais, segregação, barbárie… Sua superação se mostra cada vez mais necessária. O fim desse modo de produção para o socialista precisa ser esclarecido de modo não terrorista como fazem muitos governos e suas mídias, pondo em estado de hipnose os trabalhadores para que possam obedecer aos seus comandos.