As oligarquias locais do Maranhão

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Durante a viagem pela região sul do Maranhão, nas primeiras cidades que passamos: Estreito, Carolina, Riachão, Balsas vimos o quanto nosso Maranhão é cheio de potencialidades, mas, se mantém no atraso econômico e seu povo vivendo em condições ruins.

No contato com a realidade dessas cidades vimos que os grandes investimentos privados podem até gerar empregos, mas o problema é que existe um processo de acumulação de riqueza nas mãos de poucos, deixando os trabalhadores com os problemas ambientais e sociais causados por essa exploração.

Na cidade de Estreito, como o primeiro exemplo disso, a Usina Hidrelétrica Estreito (UHE) não trouxe a ascensão que os governos e os empresários propagavam e seu povo continua pobre; Em Carolina, uma cidade com potencialidades turísticas tem uma realidade de cidade “decadente”, em sua infraestrutura para receber possíveis turistas e a propaganda coloca como se as más condições de infraestrutura (ruas, hotéis, serviços) fosse o diferencial para atrair o turismo. Repetindo o que diz João Alberto: “o povo do Maranhão mora em casa de barro é porque gosta”; Balsas, apesar de ter uma movimentação na economia do agronegócio da soja, exclusivamente para exportação in-natura (transgênico) e um comércio aquecido. Assim como outras poucas cidades do Maranhão, aposta tudo no comércio que fica a mercê do preço da commoditie da soja.

O caso mais recente dessas incertezas que atinge diretamente os trabalhadores foi o fato de uma rede de distribuição de secos e molhados ter fechado seu ponto de negócio na cidade, deixando muitos de seus funcionários no desemprego pelo simples fato de que a rede preferiu transferir-se para outra cidade que passou a ser mais atrativa.

Passamos ainda em: Fortaleza dos Nogueiras, São Raimundo das Mangabeiras, Loreto, São Domingos do Azeitão, Pastos Bons, São João dos Patos, Paraibano, Colinas, Fortuna, São Domingos do Maranhão, Presidente Dutra, Tutum, Barra do Corda e Grajaú, a situação nesses municípios não se difere.

Naquelas cidades onde o poder econômico é mais visível como Balsas, por exemplo, a “oligarquia” local detém os meios de comunicação para “blindar” esses grupos mantendo o poderio político e não deixando “brechas” para o surgimento de oposições que possam fazer confronto.

A dominação pela família Rocha em Balsas, Nogueiras em Fortaleza dos Nogueiras, Brandão em Colinas e Teles em Barra do Corda, mantém os municípios sob seu “domínio” demonstra o porquê de essas cidades ainda permanecem numa situação de atraso total e sem nenhuma perspectiva de crescimento na economia, de educação e na saúde.

Privatizam o poder público local, um exemplo em Colinas é que o hospital que atende os municípios da região, quando a recepcionista leva à mão para cumprimentar o paciente, já vai junto o “santinho” do candidato que faz parte da oligarquia local, no caso vinculado aos “Brandões” e isso se repete em todas as cidades que passamos. Sejam essas oligarquias locais vinculadas à oligarquia consolidada como as dos Sarney’s ou àqueles que tentam montar a sua como as dos Lago’s, ambos usam os mesmo subterfúgios.

Os municípios do Maranhão são iguais em muitas questões. Uma delas é a receita utilizada pelas forças políticas locais para manter a miséria na qual se perpetuam no poder: o controle da mídia, assistencialismo e o isolamento ou cooptação de qualquer forma de oposição à política oligarca.

Sou apenas um trabalhador assalariado, casado com a companheira Irisnete Geleno, pai de quatro filhas(Ariany, Thamyres, Lailla e Rayara), morador da periferia (Boca da Mata-Imperatriz), militante partidário (PSTU) que assumiu algumas tarefas eleitorais como candidato (2006, 2008, 2010 e 2012) e que luta por uma sociedade COMUNISTA. Sempre fui e continuarei sendo a mesma pessoa de caráter que meus pais, minha escola, meus amigos ajudam a forjar. Um comunista escravo do modo de produção capitalista que não aceita a conciliação de classe defendida por muitos que se dizem de "esquerda", mas que na verdade são pequeno-burgueses que esperam sua chance no capitalismo.

Discussão2 Comentários

  1. Muito bom o seu artigo. O meu município não foge a essa regra nojenta, uma tristeza! Sugestão: escreva sobre o embate atual dos professores com esse governo usurpador!

    • wilsonleite

      Oi Marinilde,

      Primeiramente obrigado por visitar nosso blog e obrigado pela sugestão de tema para uma futura postagem.

      Não só o atual governo, mas todos os governos burgueses terão essa postura, de tentar pagar o mínimo, economizando para ter mais recursos para alimentar seus esquemas de desvios.

      abraços

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