Na política burguesa o que manda é sempre os acordos econômicos para se chegar ao poder. O patriarca do clã oligarca do Maranhão, José Sarney, dadas as devidas separações do tempo histórico, deixaria Nicolau Maquiavel como um ingênuo na política, ao contrário do filosofo Italiano Sarney sempre se deu bem ao mexer as pedras do tabuleiro de xadrez político para estar sempre ao lado de quem está no poder.
Sem subestimar o inimigo e com o direito de dar o meu “pitaco” como observador e de quem tem uma leitura diferente dos fatos, quase um “Murphy tupiniquim”: “Se algo pode dar errado, dará.” (Edward A. Murphy). Sempre ouvi muitos afirmando categoricamente que Luís Fernando seria candidato que representaria a continuidade da oligarquia maranhense, mas pessoalmente não acreditava, por ver que o caminho natural era uma grande aliança dentro da base aliada que sustenta o PT nacional. Se isso vai se desenhar numa coalizão PMDB/PCdoB, dois partidos dessa base nacional que disputam a direção do estado no Maranhão, não é algo concreto – ainda – mas que seja impossível isso não é.
Para muitos a ascensão de Flávio Dino/PCdoB – dado como já governador – com o discurso de ser ele o que vai derrotar os sarneys me leva a recordar de uma situação similar a nível nacional, o caso da eleição de Lula – quando toda a elite nacional passou apostar nele, incluindo o PMDB – o melhor representante para os ricos. Antes de afirmar que os sarneys, pelo fato de serem derrotados nas urnas, seria a derrota da oligarquia, deveriam prestar atenção de como esta derrota está sendo construída. Se por um lado figuras históricas do clã Sarney estão se integrando ao PCdoB dos Dinistas com o discurso de agora se tornarem oposição. Por outro, não percebem que os oligarcas transcende às famílias, ela está enraizada na elite maranhense dos latifundiários e dos grandes empresários do comercio e das mídias locais de cada região do Estado, seja ao sul ou ao norte.
São esses mesmos que, com na eleição de Lula, estão apostando e financiando a troca de poder para continuar a concentração de riqueza e miséria do nosso Estado de mais 40 anos, para isso criam um discurso, como gostam de dizer os reformistas, que estão “democratizando” o poder, mas essa democracia só se manterá dentro da elite.
Até o período das convenções partidárias muitas costuras políticas ainda serão feitas, e, a meu ver, a melhor saída para os sarneys é ceder os anéis para conservarem os dedos e essa negociação passa pelo plano nacional com o PT. A grande questão é: Flávio Dino recusaria a possibilidade de uma grande coalizão para pilotar esse “trem maranhense”, ele sendo a locomotiva? Por vários momentos ele já deixou a entender que não. Então se isso for verdade a máxima de Maquiavel é verdadeira, os fins justificarão os meios.