Sem subestimar o inimigo e com o direito de dar o meu “pitaco” como observador e de quem tem uma leitura diferente dos fatos, quase um “Murphy tupiniquim”: “Se algo pode dar errado, dará.” (Edward A. Murphy). Sempre ouvi muitos afirmando categoricamente que Luís Fernando seria candidato que representaria a continuidade da oligarquia maranhense, mas pessoalmente não acreditava, por ver que o caminho natural era uma grande aliança dentro da base aliada que sustenta o PT nacional. Se isso vai se desenhar numa coalizão PMDB/PCdoB, dois partidos dessa base nacional que disputam a direção do estado no Maranhão, não é algo concreto – ainda – mas que seja impossível isso não é.
Para muitos a ascensão de Flávio Dino/PCdoB – dado como já governador – com o discurso de ser ele o que vai derrotar os sarneys me leva a recordar de uma situação similar a nível nacional, o caso da eleição de Lula – quando toda a elite nacional passou apostar nele, incluindo o PMDB – o melhor representante para os ricos. Antes de afirmar que os sarneys, pelo fato de serem derrotados nas urnas, seria a derrota da oligarquia, deveriam prestar atenção de como esta derrota está sendo construída. Se por um lado figuras históricas do clã Sarney estão se integrando ao PCdoB dos Dinistas com o discurso de agora se tornarem oposição. Por outro, não percebem que os oligarcas transcende às famílias, ela está enraizada na elite maranhense dos latifundiários e dos grandes empresários do comercio e das mídias locais de cada região do Estado, seja ao sul ou ao norte.
São esses mesmos que, com na eleição de Lula, estão apostando e financiando a troca de poder para continuar a concentração de riqueza e miséria do nosso Estado de mais 40 anos, para isso criam um discurso, como gostam de dizer os reformistas, que estão “democratizando” o poder, mas essa democracia só se manterá dentro da elite.
Até o período das convenções partidárias muitas costuras políticas ainda serão feitas, e, a meu ver, a melhor saída para os sarneys é ceder os anéis para conservarem os dedos e essa negociação passa pelo plano nacional com o PT. A grande questão é: Flávio Dino recusaria a possibilidade de uma grande coalizão para pilotar esse “trem maranhense”, ele sendo a locomotiva? Por vários momentos ele já deixou a entender que não. Então se isso for verdade a máxima de Maquiavel é verdadeira, os fins justificarão os meios.