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A onda que surgiu e tomou força como um espaço de divulgação de opiniões e ideias individuais, os blogs (páginas pessoais na internet), tida como uma forma “livre” para os indivíduos “formadores de opinião”, ou meramente replicadores de outras, pudessem debater assuntos fora dos círculos formais de comunicação, rompendo com a barreira geográfica, de classes sociais, direcionamento político e credos.
Apesar de os blogs terem a característica de difusão mais democrática, opondo-se aos meios de comunicação formais, que estão a serviço da burguesia na defesa de seus interesses, esses mesmos já despertaram as atenções de muitos grupos políticos.
Anteriormente as mídias tradicionais: TV, RÁDIO, JORNAIS E REVISTAS eram os principais veículos de “informação” de massa. Muitos percebendo que esses veículos estão fechados ao poder político e econômico que emergiam, encontraram nos blogs uma forma de expor suas observações pessoais. Foi a partir dessa consciência que os blogueiros foram ocupando e chamando a atenção de descontentes com esses veículos, aliando-o à dinamicidade da informação que são produzidas localmente, mas que pode circular mundialmente pela rede, muitas vezes no momento em que ela acontece.
Quem outrora pensava que a internet seria um campo livre do domínio da política conservadora da direita, depara-se hoje com os mesmos métodos utilizados pelos grandes grupos que comandam os meios de comunicação produzindo narrativas que se encaixam com o cliente e se projetam no intuito da manutenção de interesses privados como censura de outros grupos também excluídos da grande mídia.
Alguns blogueiros afirmam que a internet não tem controle. Realmente não tem, tanto para o debate de classe, quanto para a continuação dos ataques contra os trabalhadores, que visa a dominação ideológica.
Há pequenas diferenças entre os perfis desses blogs: a maioria é dependente de grupos políticos, reacionários com debates que vão do cotidiano à especulação (fofocas); raramente há defesa de opiniões (teses), se prendem a reproduzir ou permanecer no mais do mesmo. A maioria esmagadora está cumprindo o papel que é de espelhar nos novos canais os interesses hegemônicos, que é sempre de quem está no poder ou bloco econômico – patrões – pois compreendem há muito tempo o poder de influência das mídias na “opinião pública”.
Na prática, a direita já despertou para o fato, e a tendência é ocupar cada vez mais esse espaço para cumprir o papel auxiliar de outros meios de comunicação já influentes.