Categorias de todas as esferas erguem os braços ao alto para dizer que não aceitarão nenhum direito a menos. Que os trabalhadores não pagarão pela crise que é do governo e dos capitalistas.
Com o acirramento da crise iniciada em 2008 nos Estados Unidos amenizada no Brasil com uma série de medidas que injetaram na economia nacional bilhões de reais em obras de infraestrutura e programas como o PROUNI e REUNI na área da educação, terceirizações com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBERSER) na saúde. Na iniciativa privada o governo concedeu desoneração de impostos na folha de pagamento e redução de IPI. Houve também inchaço da folha de pagamento e verbas de gabinete dirigidas aos parlamentares, ministros e ao judiciário (falando apenas em juízes) conseguindo êxito ao esconder a real situação da economia brasileira, mas é claro que isso tornar-se-ia insustentável em algum momento.
Quando a fatura da farra fiscal da política neoliberal do governo federal do PT (uma espécie de política de bem-estar social) começa a ser cobrada, o governo passou a conta para ser paga pelos trabalhadores. Em especial o funcionalismo público federal, pensionistas e mais recentemente os trabalhadores da iniciativa privada com a publicação das MPs 664 e 665 (que dificulta o acesso ao auxílio-doença, pensão por morte, seguro-desemprego, abono salarial/PIS) e o duro golpe a todo o funcionalismo público (municipal, estadual e federal) a proposta de lei das terceirizações (PL4330) de grande interesse dos patrões que em momentos de crise aproveita para derrubar direitos históricos dos trabalhadores conquistados com muita luta para garantir o lucro do empresariado e o pagamento da dívida pública.
Esse assalto, promovido e orquestrado pelo governo dos patrões e seus financiadores deixaram os trabalhadores de braços ao alto, em posição de rendição por muito tempo, mas agora, os mesmos braços estão para o alto por outro motivo. Apesar de muitos dirigentes de sindicatos estarem atrelados aos governos e tentarem barrar a mobilização da base dos trabalhadores essa base se mostra não mais seguir seus dirigentes e, em várias partes do país assembléias nas mais diversas categorias de trabalhadores tem mantido os braços erguidos para sinalizarem – em alguns casos iniciarem – movimentos grevistas.
Com a provação nos parlamentos burgueses (Senado e Câmara dos deputados) das medidas do governo que visam que os trabalhadores paguem pela crise econômica tem criado condições efetivas para a unidade de toda classe trabalhadora e a perspectiva de lutas e mobilizações com greves em todo o país, como já dissemos, passando até mesmo por cima das direções das centrais sindicais governistas. Os braços erguidos votam pela organização e pela luta para a garantia dos direitos conquistados que não deve ser entregue de “mão beijada” aos patrões.
A mobilização da categoria dos professores federais é um exemplo da mobilização dos trabalhadores a fim de resistir contra os ataques – após vários anos de arrocho salarial – e a negativa do governo em não sentar com a categoria para discutir as propostas defendidas é que se desenha para o dia 29 de maio, um dia de paralisações que terá seu epicentro o setor federal, em especial a educação, mas que pode tender a toda classe trabalhadora (publico ou privado) em todo o Brasil, possibilitando uma greve geral, coisa que há poucos meses atrás nem os mais radicais de esquerda cogitaria, imaginem os governistas.
Braços para o alto, mas pela decisão de luta, rumo à greve geral.