Dia 16 ou dia 20/08: quem será meu malvado favorito?

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malvado-favorito-pt-psdbAs manifestações marcadas para o dia 16 de agosto (organizada pela elite conservadora e partidos da direita) e a do dia 20 de agosto puxada pela Central Única dos Trabalhadores – CUT, Movimento dos Trabalhadores sem Terra – MST e partidos da base aliada, incluindo também a dita “oposição” do PSOL. A primeira chama para protestar contra o governo de Dilma Rousseff (PT) e a segunda exige a garantia da permanência no cargo e o cumprimento do segundo mandato. As duas manifestações é o mais puro exemplo da continuação das escolhas entre o ruim e o menos pior; entre o fogo e a frigideira. Quer coloca o povo brasileiro a escolher qual das duas opções será seu malvado favorito.

O grupo que comanda o chamado para o dia 16 de agosto é conhecido por suas políticas de privatizações, arrocho salarial e reformas. Um partido que defende os interesses explícitos de uma elite que perdeu o poder político, mas que mantêm os mesmos privilégios econômicos. O que mudou é que ela já não aceita ter seu partido (PSDB) fora do poder, mesmo que economicamente se mantenha – em alguns casos tenha ampliado – seu poderio frente às políticas de conciliação de classe colocadas em prática pelo PT.

O grupo que organiza o 20 de agosto, apesar de ser um campo (classe trabalhadora) que continuou sendo esfoliado em seus direitos e estagnado nas suas reivindicações, como é o caso do MST, no que se refere à política de reforma agrária e incentivo à produção nos assentamentos existentes. No caso da CUT, a defesa do governo é ainda mais descarada. Uma central burocratizada aonde seus dirigentes são atrelados ao executivo federal e com os patrões que apóiam esse governo, ao ponto de defendê-lo. Ao mesmo tempo em que a presidência da Republica junto com o Senado e a Câmara aprova várias medidas que retiram direitos da classe trabalhadora em todas as esferas (público e privado), para concretizar uma reformulação no campo do trabalho que visa ampliar os lucros dos patrões às custas da maior exploração do trabalhador.

Flexibilização das leis trabalhistas, reforma previdenciária, aumento do tempo de contribuição (mais tempo de trabalho, fator previdenciário) para ter direito à aposentadoria, retirada de direitos como a concessão de auxílio-doença, regras mais rígidas para ter direito ao seguro-desemprego, lei que amplia as terceirizações e quarteirizações na iniciativa privada e pública (PL 4330), plano de ajuste fiscal que retira recursos de áreas essenciais como saúde e educação (até agora soma 10 bilhões); isso só pra relacionar as que já estão em vigor enquanto a CUT e o MST se mobilizam para a defesa do seu malvado favorito.

A partir destas datas, esses dois campos estarão bem definidos: a elite com seu partido querendo a mudança no jogo da falsa democracia para tentar retornar ao poder. Mas o mais preocupante é ver a declaração de apoio explicita de organizações da classe trabalhadora com o MST e a CUT, abandonando de vez a defesa dos interesses dos trabalhadores para pôr todas as suas organizações na defesa de um governo que os atacam sistematicamente. Um erro histórico que será registrado nesse mês de agosto de 2015.

É por esses motivos que precisamos fazer um alerta aos militantes da classe trabalhadora: a recusar esse chamado – tanto do dia 16, quanto do dia 20 de agosto – e dar um passo adiante. É preciso deixar claro a ambos os lados que a classe trabalhadora não pagará a conta da crise dos governos e patrões, para que a mensagem seja clara só há um canal e, que inclusive já foi usado pelos trabalhadores brasileiros em 1917, a Greve Geral.  Ou seja, nem 15 de Aécio (PSDB), nem 20 de Dilma (PT); construir um ato contra o governo e a falsa polarização da direita! Dia 16 e 20 eu não vou, sou pelo trabalhador.

Sou apenas um trabalhador assalariado, casado com a companheira Irisnete Geleno, pai de quatro filhas(Ariany, Thamyres, Lailla e Rayara), morador da periferia (Boca da Mata-Imperatriz), militante partidário (PSTU) que assumiu algumas tarefas eleitorais como candidato (2006, 2008, 2010 e 2012) e que luta por uma sociedade COMUNISTA. Sempre fui e continuarei sendo a mesma pessoa de caráter que meus pais, minha escola, meus amigos ajudam a forjar. Um comunista escravo do modo de produção capitalista que não aceita a conciliação de classe defendida por muitos que se dizem de "esquerda", mas que na verdade são pequeno-burgueses que esperam sua chance no capitalismo.

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