Num passado não muito distante (1966), foi propagandeado pelo recém-eleito governador do Estado, José Sarney, um exemplo de discursos desenvolvimentistas: “Temos os nossos olhos nesta tarde o começo do governo voltado para aquela barragem de cimento que atravanca o Parnaíba e que nos acena como uma mensagem de progresso e que se chama Boa Esperança, o Parnaíba ‘domado’ para que o Piauí e o Maranhão possam transformar aquele castelo no deserto[…]“. Têm sido incutindo na cabeça dos maranhenses que o prometido desenvolvimento do Maranhão começa com os grandes projetos capitalistas, como exemplos e hoje realidade, a ALUMAR, Porto de Itaqui e a Hidroelétrica de Boa Esperança. Mesmo com a chegada à presidência da República o discurso profético do progresso só se concretizou para os grandes investidores internacionais, ficando distante de qualquer benefício à classe trabalhadora, maioria nesse Estado.
Os governos subsequentes adotaram a mesma tática para conseguirem êxito em processos eleitorais, e na sua aliança com os grandes capitalistas, que inicialmente viram uma grande oportunidade para a reprodução do capital através da construção da linha de ferro Carajás. Isso, para o escoamento do minério de ferro extraído da Serra dos Carajás – PA e transportado até o porto da Ponta da Madeira em São Luis. Exemplifico ainda, a construção do Pólo Siderúrgico em Açailândia e o projeto CELMAR em Cidelândia para produção de carvão vegetal através das monoculturas de eucalipto, usadas no abastecimento dos fornos para processamento do ferro gusa.
Passado algum período de estagnação de investimentos no Estado, nos últimos 8 anos vemos novamente o aumento dos investimentos do capital em nosso Estado, dessa vez, o tão conhecido discurso desenvolvimentista é propagado por dirigentes do Estado e gestores municipais, que prometem a redenção dos males do povo maranhense através da inserção da mão de obra, via de regra, muito abaixo da qualidade para os padrões dos investimentos, o que abre uma maior oportunidade de rebaixamento de salários e maior lucratividade.
O retorno nos investimentos iniciou aos moldes de Getúlio Vargas (1930-1954), com uma ação do Governo Federal através do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC que se mantém com o PAC II, mas é com os investimentos privados – principalmente com capital de ações em bolsas de valores e, também com injeção de dinheiro público através do BNDES que os montantes se destacam:
O quadro acima nos dá uma visão bem ampla de como o capitalismo através os discursos progressistas tentam a todo custo afirmar que esse modo de produção pode garantir “pleno emprego” e com isso dar qualidade de vida aos que estão, na prática, sendo explorados por essas empresas.