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O país mais “democrático” do mundo – onde todo cidadão é “culpado” até que se prove o contrário; onde se mostra a concorrência de apenas dois partidos/candidatos com maior poder econômico, omitindo os demais; onde se invade outras nações implantando mentiras de armas de destruição em massa, mas eles próprios possuem; onde o presidente toma posse “enjaulado” em uma cabine à prova de balas e que já teve um presidente alvejado por um tiro certeiro –. Os EUA, símbolo do imperialismo mundial dará posse ao 44º presidente de sua história, Barack Obama, número emblemático – como a marca e calibre de uma das armas mais conhecidas, Magno 44 – pelo simbolismo do trajeto que fará até o local da posse e também pelo fato de ser o primeiro presidente negro, mas de coração branco.
Com um discurso firme de empregar uma “nova ordem mundial”, pelo fim das diferenças étnicas, um governo sem ideologias. Barack Obama assumiu em meio a uma crise econômica, onde a origem é o próprio Estados Unidos, uma guerra invencível no Iraque e o apoio a campanha à Israel sobre o povo palestino.
Na verdade, a burguesia capitalista e sua ideologia têm a capacidade de encontrar defensores da manutenção do modo de produção de formas inovadoras, seja apoiando um metalúrgico nordestino – no Brasil – seja um negro – nos EUA – com o objetivo de manter a hegemonia do poderio econômico, político e bélico no mundo.
Basta vermos suas medidas e discursos, e, se conhecemos bem a história, muitas crises econômicas tiveram suas soluções com guerras – que geram dividendos a quem às financiam – e redução de direitos dos trabalhadores. Um novo símbolo que representa o mesmo projeto burguês, capitalista e imperialista que continuará ser imposto às demais nações.
Onze meses se passaram. Para sanar a crise da economia aplicou o remédio – em doses cavalares – que garante uma superficialidade da economia do capital especulativo, injetando trilhões de dólares nas empresas; nas guerras patrocinadas pelo seu país tudo permanece como sempre, a cada dia requer mais tropas e mais dinheiro para que não saiam vencidos pelos kamikazes afegãos; nas relações internacionais tenta posar como bom moço, humilde e conciliador – chegando até declarar a um presidente do Brasil: “- this is my man” – mas esse presidente está mais de joelhos do que ele próprio a se curvar ao imperador do Japão – fato que deixou a direita conservadora perplexa, como um líder do país dominador pode se submeter a isso? – tudo pra dar um ar de humildade, mudando os meios para que o fim seja o mesmo, que os países não precisem curvar-se, mas que se mantenham dependente economicamente, uma versão do “perde-se os anéis, ficam-se os dedos”.
Internamente conseguiu uma vitória apertada – criação do sistema de saúde público estadunidenses – graças a uma mobilização dos estadunidenses. Vejam como são as coisas, dias após a aprovação do sistema onde o estado passa a garantir atendimento público – nos Estados Unidos só existe a garantia de atendimento para emergências, o restante dos tratamentos só via plano de saúde particular – um grupo de médico anunciou que exames preventivos para as mulheres para prevenção de câncer de mama e de útero não teriam necessidades de serem realizados nas atuais regras: mamografia a partir dos 35 anos e papanicolau após a primeira relação sexual, passando mamografias a partir de 50 anos e papanicolau a partir dos 21 anos e não mais necessário após os 40. Tais declarações deixaram perplexo muitos médicos por todo o mundo.
O governo teve logo que justificar que as declarações do grupo de especialistas norte-americanos não tinham nenhuma relação com o governo. Mais cá pra nós! Caiu como uma luva essas declarações para o governo que tem a tarefa de garantir atendimento para os que não podem pagar planos de saúde privados.
Muitas outras questões ainda não resolvidas saíram de cena da discussão do governo Obama – imigração, Abu Ghraib, Guantánamo, etc. -, assuntos citados em sua campanha eleitoral que resultou numa expressiva votação. Mais um exemplo de que medidas que resolvem os problemas dos trabalhadores os defensores do capital e a burguesia às conhecem, mas só às usam como promessas em processos eleitorais como se fosse uma esperança de mudança para a classe.