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Com um discurso firme de empregar uma “nova ordem mundial”, pelo fim das diferenças étnicas, um governo sem ideologias. Barack Obama assumiu em meio a uma crise econômica, onde a origem é o próprio Estados Unidos, uma guerra invencível no Iraque e o apoio a campanha à Israel sobre o povo palestino.
Na verdade, a burguesia capitalista e sua ideologia têm a capacidade de encontrar defensores da manutenção do modo de produção de formas inovadoras, seja apoiando um metalúrgico nordestino – no Brasil – seja um negro – nos EUA – com o objetivo de manter a hegemonia do poderio econômico, político e bélico no mundo.
Basta vermos suas medidas e discursos, e, se conhecemos bem a história, muitas crises econômicas tiveram suas soluções com guerras – que geram dividendos a quem às financiam – e redução de direitos dos trabalhadores. Um novo símbolo que representa o mesmo projeto burguês, capitalista e imperialista que continuará ser imposto às demais nações.
Onze meses se passaram. Para sanar a crise da economia aplicou o remédio – em doses cavalares – que garante uma superficialidade da economia do capital especulativo, injetando trilhões de dólares nas empresas; nas guerras patrocinadas pelo seu país tudo permanece como sempre, a cada dia requer mais tropas e mais dinheiro para que não saiam vencidos pelos kamikazes afegãos; nas relações internacionais tenta posar como bom moço, humilde e conciliador – chegando até declarar a um presidente do Brasil: “- this is my man” – mas esse presidente está mais de joelhos do que ele próprio a se curvar ao imperador do Japão – fato que deixou a direita conservadora perplexa, como um líder do país dominador pode se submeter a isso? – tudo pra dar um ar de humildade, mudando os meios para que o fim seja o mesmo, que os países não precisem curvar-se, mas que se mantenham dependente economicamente, uma versão do “perde-se os anéis, ficam-se os dedos”.
Internamente conseguiu uma vitória apertada – criação do sistema de saúde público estadunidenses – graças a uma mobilização dos estadunidenses. Vejam como são as coisas, dias após a aprovação do sistema onde o estado passa a garantir atendimento público – nos Estados Unidos só existe a garantia de atendimento para emergências, o restante dos tratamentos só via plano de saúde particular – um grupo de médico anunciou que exames preventivos para as mulheres para prevenção de câncer de mama e de útero não teriam necessidades de serem realizados nas atuais regras: mamografia a partir dos 35 anos e papanicolau após a primeira relação sexual, passando mamografias a partir de 50 anos e papanicolau a partir dos 21 anos e não mais necessário após os 40. Tais declarações deixaram perplexo muitos médicos por todo o mundo.
O governo teve logo que justificar que as declarações do grupo de especialistas norte-americanos não tinham nenhuma relação com o governo. Mais cá pra nós! Caiu como uma luva essas declarações para o governo que tem a tarefa de garantir atendimento para os que não podem pagar planos de saúde privados.
Muitas outras questões ainda não resolvidas saíram de cena da discussão do governo Obama – imigração, Abu Ghraib, Guantánamo, etc. -, assuntos citados em sua campanha eleitoral que resultou numa expressiva votação. Mais um exemplo de que medidas que resolvem os problemas dos trabalhadores os defensores do capital e a burguesia às conhecem, mas só às usam como promessas em processos eleitorais como se fosse uma esperança de mudança para a classe.