Após a suspensão da greve dos docentes de 2012, uma das maiores dos últimos tempos, o ANDES – Sindicato Nacional buscou negociar com o Governo Federal ao longo de 2013, porém não obteve resposta. Em 2014, foram várias reuniões com a Secretaria de Educação Superior (SeSu)/Ministério da Educação (MEC) para discutir nossa pauta de reivindicações, incluindo pontos conceituais sobre a carreira que defendemos e foi assinado um acordo em que o governo reconheceu a desestruturação da carreira dos docentes federais e apontou para a continuidade da sua discussão.
Diante da iminência de greve, o ANDES-SN foi recebido no Ministério de Planejamento Orçamento e Gestão, no dia 6 de maio de 2015, sem respostas concretas à pauta. Em reunião no dia 22 de maio de 2015, o Ministro da Educação, em exercício, Luiz Cláudio Costa afirmou não reconhecer o acordo assinado em 2014 e não ter nenhuma proposta efetiva para apresentar à pauta dos docentes federais, já protocolada desde março de 2014.
A deflagração da greve dos docentes das Instituições Federais de Ensino (IFE), no dia 28 de maio de 2015, consiste em uma resposta política à indignação que tomou conta da categoria, depois da interrupção das negociações por parte do governo.
Juntamente com a dificuldade de negociação com setores oficiais, a conjuntura se mostra ainda mais prejudicial aos servidores da educação, quando se avalia os cortes determinados pelo governo federal em 2015 no orçamento geral e, mais agressivamente, no MEC. A insuficiência de recursos tem trazido enormes prejuízos para o desenvolvimento das atividades nas IFE, aprofundando a precarização das condições de trabalho, que se evidencia na falta de professores (as) e servidores técnico-administrativos – com acelerada terceirização das atividades – na interrupção e adiamento de obras, corte de materiais e equipamentos.
Sendo assim, além da defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade, constam como pontos principais da pauta da categoria a garantia de autonomia das IFE, a reestruturação da carreira e a valorização salarial de ativos e aposentados. Sem condições para oferecer um serviço de qualidade à população e na iminência de fechamento do orçamento geral da União de 2016, no dia 20 de julho de 2015, docentes de todo o país recorreram à greve para reivindicar direitos básicos, retirados sem qualquer preocupação pelo Governo Federal.
Por tudo isso, a APRUMA – Seção Sindical alerta para as diversas tentativas de desmobilização da nossa categoria através do aparelho estatal e contra a comunidade universitária e o conjunto da sociedade a participar dessa luta, que é dos (as) professores (as) e daqueles (as) que desejam um país digno e uma educação pública, gratuita e de qualidade.
COMISSÃO LOCAL DE MOBILIZAÇÃO