Em seu segundo mandato como prefeito de Imperatriz chegando ao fim o PSDB de Imperatriz ainda não tem um nome para ser apresentado como sucessor – o herdeiro do legado como os governistas gostam de dizer – de Sebastião Madeira.
Confesso que não sou tão bom assim de memória, ainda mais com o excesso de informações as quais somos submetidos nos dias de hoje, mas tenho uns flashes de memória de algumas décadas atrás no que se refere a história das disputas eleitorais em Imperatriz, ainda mais com uma figura repetida durante os processos. Recordo-me da campanha de Madeira – eu ainda no ensino fundamental – em que era maciça a distribuição de pequenos pedaços de madeira que serviam como régua escrito: “Madeira Neles!”.
A exemplo dos pleitos anteriores dos quais o PSDB perdeu, Sebastião Madeira era a figura principal do partido, e após oito anos de gestão na prefeitura de Imperatriz continua sendo. Por que será que o partido ou sua principal figura pública não teve interesse em construir nesses oito anos um sucessor?
Minha opinião é que há excesso de zelo em protelar a definição se vai ou não ter um ungido para sucedê-lo.
As justificativas são inúmeras, só não pergunte isso ao Madeira, ele deve apresentar uns cinco nomes como possíveis sucessores, aliás, esses nomes lutam entre si para se potencializarem como candidato – a exemplo do que vem ocorrendo em São Paulo (leia matéria clicando aqui)-, muitos dirão que são prévias naturais, como não preciso dessa diplomacia prefiro dizer que é falta de consenso do partido em escolher um nome e indecisão de Madeira se o partido deve ou não disputar a continuidade ou apoiar outro partido. Coincidência ou não, a maioria recém ingressos ao ninho tucano, mas isso não é a principal questão.
O fato é que a postura de Madeira em não ter até hoje um nome de sua confiança e construído dentro da gestão é uma tradição dos partidos burgueses, onde os critérios se baseiam no leque de poder econômico da qual o candidato possa construir, e Madeira levou bastante tempo para tal.
Madeira foi construído pela elite imperatrizense que o apóia até hoje, mas quem pretende sucedê-lo não espere seu apoio ou seu pedido ao leque de poder econômico para apoiá-lo só porque é nome do partido. Isso não quer dizer que ele não cumpra algumas tarefas de propaganda e de cabo eleitoral, pois tem que conservar sua orbita.
Essa participação meia-boca do gestor numa campanha com um nome do PSDB em Imperatriz para sua sucessão não quer dizer que não haja o mesmo funcionamento na busca de votos usado por Sebastião Madeira em suas campanhas, como as reuniões exigidas em empresas cujos patrões “pediam” o voto de seus empregados. Ou o montante de recursos para os gastos de campanha.
A meu ver, seu desprendimento em eleger um sucessor de seu partido será bem parecido como sua participação no processo eleitoral em que ele “apoiou” a candidatura de Jackson Lago/PDT (2010) para o governo do Maranhão. Sem esquecer que será um risco para seu futuro político se seu sucessor enfrentar problemas na gestão.
Há muito que se especular até o ano que vem, principalmente, depois que houve alteração no calendário eleitoral que admite filiações seis meses antes da eleição e as negociações entre o PSDB e o PCdoB para selar o que para Madeira pode ser o aumento de seu arco de apoiadores para a continuidade de seu carreirismo-solo na política brasileira.