Quando ouço discursos inflamados de que alguém vai assumir um mandato, seja no executivo ou legislativo, e de forma demagógica diz que vai fazer e acontecer, sabendo que a figura faz parte da estrutura da qual ele ajuda manter e a propagar nas consciências dos mais ingênuos, ai vem a tal posse, composição de assessorias e primeira medida (projeto) para demostrar toda sua vontade de trabalhar.
São várias as comprovações de que o discurso e a práxis depende muito da percepção da realidade de quem se propõe e tem uma postura de classe. Um exemplo de que há um abismo enorme a quem propaga (na retórica) um discurso de democracia e participação, mas que na prática há uma grande diferença, foi o caso do Intelectual (enciclopedista) que assumiu um mandato de vereador, Edmilson Sanches, onde seu primeiro projeto foi criar um tal departamento batizado de “S.O.S.” cuja finalidade era fazer um filtro dos cidadãos que procuravam os vereadores para solicitar demandas, segundo ele o cidadão só poderia ter acesso ao vereador após se reportar e ter sua aprovação pelo departamento para ir “pedir” ao vereador.
Agora o que mais se comenta é a posse do vereador, Prof. Adonilson Lima/PCdoB, que cheio de força de vontade e discurso “revolucionário”, no gogó, diz que fará um mandato como nenhum outro vereador já fez. Adivinhe o primeiro grande projeto – aproveitando-se de uma comoção pela morte de uma artista local -, coloca seu “revolucionário mandato” a disposição para homenagear o artista em questão, e propõe a troca do nome do Teatro Ferreira Gullar – que até onde sei é um prédio de propriedade e administrado por uma entidade que não faz parte da estrutura do município, uma associação de artistas – que não tem nenhuma atenção especial por parte da gestão municipal tão pouco do governo do Estado do qual a gestão é de seu partido.
Com a medida, a exemplo de seu governador, não terá nenhum resultado prático para fomentar a cultura em nosso município, de uma tacada, vai tirar um nome que já é consolidado a um prédio que todos os imperatrizense sabem localizar com a justificativa de que irá fazer jus ao grande artista Neném Bragança (o eterno papa festivais).
Começou mal sr. vereador, seria mais proveitoso, direcionar todas as forças e articulações com a gestão estadual da qual faz parte e com a prefeitura que agora é aliada e reivindicar a construção de um espaço novo, que atenda as necessidades da cultura local (musica, artes cênicas, artes plásticas, etc.) e ai sim, homenagear essa conquista a quem conquistou muitas glórias artísticas para nossa cidade. Inclusive já há um debate acumulado de um prédio reivindicado, localizado no bairro da Caema. Mas não, a mudança de um nome já é suficiente a um mandato que já mostra sua ineficiência.