Crise

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crise_graveEstive refletindo sobre um tema que é tratado nos telejornais de todas as emissoras de TV informando os fatos que ocorrem no Brasil e em todos os continentes do planeta, nem a maior potência econômica – EUA – fica fora, aliás, a atual crise do capitalismo teve seu estopim no centro do império capitalista.

Os fatos relatados para exemplificar os processos de crises nos países ao redor do mundo não é surpresa para nenhum marxista, temos plena consciência que os ciclos de crises são inerentes a esse modo de produção

[…]as grandes crises industriais são de superprodução, ocorrem em ciclos de cinco anos e cada nova crise será sempre “mais violenta e espantosa” colocando em pauta a “iminência da revolução social”. No Prólogo à edição alemã de 1892, irá debitar esta e outras “muitas profecias” ao “ardor juvenil” daqueles anos e reconhece que “a história da indústria de 1842 a 1868” demonstrou que os “períodos cíclicos duram na realidade dez anos” e que “as crises intermediárias tinham um caráter puramente secundário e que a partir de 1842, tendiam a desaparecer” (Engels, 1981: 537).

O objetivo desse texto não é meramente reforçar a teoria, tampouco, relatar os exemplos que a teoria se concretiza. O que nos chama a atenção é o fato de que ao passo que há uma crise, que os marxistas aproveitam para analisá-las à luz dos estudos de Marx e Engels, nossas opiniões não penetram na classe operária. Nossas análises parece para o senso comum, como um discurso afastado da realidade, haja visto, em algumas exceções como o Brasil tem uma “efervescência” de investimentos, geração de empregos, acesso ao crédito etc. Ou seja, a burguesia diz que é uma crise, nós dizemos o que causam essas crises e as saídas que os capitalistas têm para superá-las – explorar ainda mais os trabalhadores –, mesmo assim, para a maioria, passamos por “lunáticos”, pois a realidade objetiva de hoje não vincula a crise que falamos – redução dos ganhos dos capitalistas – com a elevação do consumo da classe assalariada.

Chegamos a uma justificativa sobre isso. O senso comum vincula “crise” com escassez, miséria, fome. Para exemplificar esse senso comum peguemos o sonho do faraó que foi interpretado por José, relatado na Bíblia em Gênesis 41 (um período de sete vacas magras e sete vacas gordas). Como vimos à crise do capitalismo nunca será como o relatado na bíblia – climático –, como a fome que acontece na África – graças ao abandono humanitário global –, que pode ser resolvido suprindo os afetados com alimentos que a produção mundial é capaz se suprir. A única opção dos capitalistas passa pela exploração ao meio ambiente ou de mão-de-obra aos moldes do escravo moderno, operário.

Na maioria dos casos a crise do capitalismo é de superprodução, que nada mais é que o grande número de mercadorias (carros, geladeiras, alimentos, etc.) que por não serem compradas pelos consumidores acumulam e os capitalistas não conseguem realizar a apropriação da mais-valia contida na produção – tempo de trabalho – pelos operários.

Em nosso país, o governo neoliberal e populista do PT que completa dez anos no poder tem tido sucesso nas medidas para amenizar a crise dos capitalistas. Intervém com a liberação de recursos públicos principalmente do Banco Nacional de Desenvolvimento – BNDES para a área da construção civil (hidroelétricas e obras da copa além de construções habitacionais populares), há também a facilitação de linhas de crédito aos trabalhadores, principalmente para aquisição de veículos – principal indústria afetada pela crise no Brasil – e financiamentos imobiliários.

Todas essas medidas são paliativas, pois até quando o governo e a conjuntura internacional vão possibilitar essas medidas ao governo? Aliás, a bolha financeira que estourou nos Estados Unidos surgiu exatamente do grande endividamento dos trabalhadores que na hora de pagar as dívidas das hipotecas, a única saída dos bancos foi executá-las e, com um grande número de casas sem ter pra quem vender virou uma “bola de neve” que tem rolado mundo a fora. 

Sabemos que não é fácil mostrar aos trabalhadores que hoje foram colocados num padrão de consumo (comprando carros, imóveis, reformando etc.) através da facilidade do crédito para manter os rendimentos. Quando esses capitalistas restabelecerem os ganhos com o patrocínio de uma guerra – saída usada em muitos momentos da história -, para a exploração de um continente ou recurso natural.

Crise para a classe operária é sim desemprego, fome, miséria. Alias a grande maioria dos trabalhadores sempre conviveram na crise, nessa perspectiva, não adianta esperar por “vacas gordas”, é preciso acabar com esse modo de produção, onde as crises só são colocadas na conta dos trabalhadores.

Sou apenas um trabalhador assalariado, casado com a companheira Irisnete Geleno, pai de quatro filhas(Ariany, Thamyres, Lailla e Rayara), morador da periferia (Boca da Mata-Imperatriz), militante partidário (PSTU) que assumiu algumas tarefas eleitorais como candidato (2006, 2008, 2010 e 2012) e que luta por uma sociedade COMUNISTA. Sempre fui e continuarei sendo a mesma pessoa de caráter que meus pais, minha escola, meus amigos ajudam a forjar. Um comunista escravo do modo de produção capitalista que não aceita a conciliação de classe defendida por muitos que se dizem de "esquerda", mas que na verdade são pequeno-burgueses que esperam sua chance no capitalismo.

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