Greve é uma ferramenta da classe trabalhadora para forçar os patrões a cederem mais direitos e conquistas, mas por que uma greve de estudantes na UFMA de Imperatriz?
Imperatriz é a segunda maior cidade do Estado em população e com uma crescente evolução econômica, diante desta realidade vem se tornando ao longo dos anos um pólo de ensino superior para o sul do Estado, norte do Tocantins e leste do Pará. Atualmente a cidade conta com duas universidades públicas: UEMA e UFMA.
Apesar do destaque que a cidade tem em relação ao ensino superior as realidades, tanto na Universidade Estadual do Maranhão como a Universidade Federal em seus campi Centro e o mais recente inaugurado do Bom Jesus é de extrema precarização. Com menos de um mês do início do semestre, no dia 08 de abril, os alunos deflagraram greve e ocuparam o novo campus para denunciarem a falta de estrutura no prédio, sem acessibilidade, laboratórios que atendam as necessidades específicas dos cursos de ciências naturais, engenharia de alimentos, enfermagem e o mais recente de medicina; segurança, acessibilidade, falta de água potável entre vários outros mostram o estado no qual o campus foi “inaugurado”. No campus Centro as condições estruturais e pedagógicas não são muito diferentes: auditório totalmente sucateado, sem mobiliário e equipamento de som e vídeo que possibilite o uso, acervo bibliográficos insuficientes. No principal campus da cidade alunos abandonam os cursos por falta de casa de estudantes, auxilio permanência e restaurante universitário.
Enquanto isso as gestões não reconhecem a precariedade das condições nas quais todos os anos alunos se formam para atender o mercado de trabalho da cidade e região e, a cada semestre mais alunos adentram à universidade e se deparam com a precariedade que é ensino superior público devido a retirada de verbas pelos governo. Enquanto isso as faculdades particulares na cidade têm uma realidade muito melhor do que as públicas, pois tem linhas de créditos, principalmente do Banco Nacional de Desenvolvimento Social-BNDES, para manter um padrão das instalações físicas muito superiores, e ainda por cima, os universidade públicas tem o papel de servir de “avalista” junto ao ministério da educação na homologação de muitos dos cursos dessas faculdades privadas.
As pautas de reivindicações dos acadêmicos dos campi do Centro e do Bom Jesus, que não suportando essas condições, resolveram paralisar e ocupar o campus para forçar a direção e reitoria a tomarem ações imediatas e urgentes para resolver a problemática que atinge a estrutura da universidade, tendo como foco as que comprometem a qualidade do ensino superior na cidade, que tem esse titulo de pólo universitário.
A luta dos acadêmicos é mais que um simples atendimento das demandas para que tenham condições de terminarem seus cursos, passa pelo entendimento que as universidades públicas têm que ter qualidade – PADRÃO FIFA – e garanta um ensino superior efetivamente com ensino, pesquisa e extensão. A preocupação maior é dirigida aos estudantes que se formam todos os anos no ensino médio e vislumbram uma universidade que lhe abram os caminhos profissionais, mas ao se depararem com a realidade de hoje a decepção é grande.
#reageUFMA, se tem dinheiro pra copa tem que ter pra educação. 10% do PIB para a educação pública já!