Os conservadores pensam que, pessoas que não têm vínculo empregatício formal ou que sobrevivem da venda de pequenos produtos artísticos em praças, como os hippies’s, devam ser chamados de vagabundos.
Recentemente encerrou-se o processo de eleição de representantes para a Câmara Municipal, os ditos “representantes” do povo, que têm como obrigação comparecer três dias por semana na Câmara Municipal e esperar o depósito dos atuais R$6.000,00/mês, no dia 20 (data mais comum para o pagamento dos vereadores). Nesses últimos meses nem a carga (estafante de trabalho) exigida como frequência estava sendo cumprida pela grande maioria, para montar a feira de negócios institucional que é a tal casa de leis mirim. Surpreendentemente nesta ultima sessão ouve um comparecimento maciço dos legisladores, cujo principal ponto de pauta era o aumento de 40% dos subsídios recebidos pelos representantes do povo pobre e miserável das periferias da cidade, pelo menos é assim que se apresentam nas campanhas eleitorais.
Todos sabem para que serve um cargo de vereador, é uma galinha dos ovos de ouro, onde a cloaca fica em cada um dos que votaram — vendendo ou não o voto — para que tenham os privilégios e os montantes que recebem para defenderem os interesses da verdadeira classe que esses representam, e andam longe dos interesses das comunidades aos quais vieram.
Um vereador vai passar a valer mensalmente — falando apenas em subsídios — R$10.000,00/mês, enquanto sua cidade, seu bairro, sua rua, seu futuro e de seus filhos ficam na dependência de quem está lá para legislar em favor próprio e de seus apadrinhados políticos. Enquanto isso, o que sobra para você? Salário de R$622,00 com carga horária de 44 horas semanais — quando é empregado —, vaga num programa de transferência de renda, bolsa família de R$80,00 por criança ou/e a esperança de que a promessa, que foi feita pelo tal vereador – de um emprego – eleito por você, se cumpra.
Infelizmente tenho que informar de uma coisa: nesse sistema de representação dos ricos, se seu “representante” lhe trair, o remédio é esperar por quatro anos na esperança de surgir outro, provavelmente com o mesmo discurso, surgindo da mesma fonte, querendo ser seu representante e assim, recomeçar novamente o ciclo. A fonte de alimentação é sua capacidade de escolha e aceitação entre o ruim e o menos pior.