A Solução da crise do transporte público não está no aumento do lucro dos empresários
Após o ressurgimento de manifestações contra as más condições da prestação de serviços de transporte público oferecido pela empresa Viação Branca do Leste-VBL e uma ação de fiscalização nos ônibus feita pela polícia militar que apreendeu vários ônibus que circulavam de forma irregular, a empresa resolveu pôr seus defensores na parede, ou melhor, na parada – sem assento ou cobertura e num dia de sol “forte” – para forçar o prefeito e os vereadores a se mobilizarem para garantir o aumento da renda da empresa VBL com o aumento de passageiros usando seus péssimos serviços.
A solução dada pela empresa aos seus representantes foi a de exigir o aumento da fiscalização do transporte alternativo de passageiros – o táxi compartilhado – que atende basicamente àqueles usuários do transporte público que não têm paciência de ficar horas na parada – sem estrutura – para pagar uma das maiores tarifas do norte-nordeste e que precisam chegar no horário em seu trabalho, nas escolas ou nos consultórios, etc.
As medidas de impedir o transporte compartilhado pelos taxistas deve tirar o ganha-pão de vários trabalhadores que fazem do serviço alternativo – muito deles votaram nos vereadores e no prefeito na esperança da regularização da prestação do serviço – e aumentar o número de pessoas nas paradas pelas periferias, inclusive nos bairros nos quais a empresa não quer manter itinerários pelo baixo número de passageiros. Dessa forma a empresa garante o aumento de pessoas sendo transportadas em suas “latas de sardinhas” pagando um preço de um VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) japonês, olha que nem lá não custa tão caro assim para ser transportado com dignidade!
A crise do transporte público está na manutenção desse modelo concentrador da prestação de serviço na iniciativa privada, com altos valores da tarifa e de forma monopolizada. Para resolver não basta exigir que mais pessoas sejam obrigadas a se submeter a humilhação de ser usuária dessa empresa, está no poder público em assumir o seu papel de garantir transporte público com qualidade, pontualidade e tarifa baixa ou zero aos estudantes, aposentados e trabalhadores, sendo assumida partes dos custos da manutenção do serviço pelos empresários que precisam que seus funcionários cheguem no horário e bem dispostos para produzir a riqueza da sociedade.
Mas, a saída escolhida pela gestão neoliberal de Sebastião Madeira/PSDB será assumir a defesa dos lucros da empresa e fazer com que os trabalhadores (usuários) paguem a conta por mais essa crise. O que esperar de um governo para de patrões?