Constrangimentos no transporte coletivo em Imperatriz

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Os problemas que levaram a população às ruas de Imperatriz durante todo o ano de 2013 — com mais ênfase a partir de junho — para exigir melhores condições do transporte público na cidade e que conseguiu vitórias importantes, ganhando a queda de braços entre empresa/governo e os usuários. Resultando em aquisição de alguns veículos (usados, mas em condições melhores dos que rodavam) deu uma trégua na luta. Isso até mês de março de 2014.

A partir do início do primeiro semestre, um cadeirante — estudante da UFMA — vem travando uma briga de gente grande para garantir seu direito de ir e vir usando o transporte público da cidade. O acadêmico Evandro Fernandes, do segundo período de licenciatura em ciências humanas, não é apenas um usuário, é um cidadão consciente que sabe de seus direitos e faz cumpri-los. Ele vem utilizando os ônibus para se locomover da sua casa para a UFMA e para o projeto de extensão do qual faz parte na Vila Cafeteira.

Por várias vezes, já encontrou ônibus com o elevador para cadeirante sem funcionar, portas com cadeados e funcionários sem saber operar o equipamento. Nem por isso, desistiu de agir que todos os ônibus tenham acessibilidade. Passou a filmar os veículos e as situações de constrangimento por qual passam todos que utilizam o serviço e divulga nas redes sociais. A partir daí, começou a sofrer retaliação da empresa com os ônibus não mais parando quando o avista na parada.

O último caso ocorreu nesta quinta-feira (17/04/2014), na parada em frente à universidade, onde ele e mais 5 acadêmicos aguardavam o ônibus para garantir que o ônibus não passasse sem levá-lo. Após duas horas de espera chegou o ônibus da linha Centro-Vilinha, no primeiro momento o motorista disse que não poderia levá-lo porque a chave do cadeado da trava da porta não estava em sua posse, foi então que os alunos foram para frente do ônibus e exigiram que a empresa mandasse as chaves para que ele pudesse seguir no ônibus.

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Vendo que não deixariam o ônibus partir o motorista pegou a chave e abriu a porta, mas isso não resolveu muito, pois ele alegou que não sabia operar o elevador, um fiscal que havia no ônibus — também sem treinamento algum — tentou por várias vezes até que se percebeu que não estava funcionando o equipamento. Os alunos então decidiram escoltar o ônibus até o terminal de integração — que foi com a porta travada — para que lá se resolvesse, após muitos funcionários tentando manusear o elevador resolveu-se improvisar e sem o devido funcionamento da mesma, Evandro foi instalado no local reservado a cadeirantes no ônibus, ele saiu apreensivo porque na parada da qual ele desceria não teria as mesmas pessoas para ajudá-lo, mais ou era seguir, ou ficar no local.

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Essa será uma briga boa, pois Evandro assegura que irá lutar de todas as formas — protestando, exigindo e pelas vias judiciais — para garantir seu direito e de outros cadeirantes a possibilidade de se locomover usando o serviço de transporte público e que esse tenha qualidade. Ficamos sabendo que outro cadeirante que também sofreu constrangimento já entrou com uma ação direta no STF em Brasília. Enquanto isso, a empresa deve aprovar junto à Câmara um reajuste na tarifa em R$0,50 centavos que passará para R$2,70 sem nenhuma efetiva qualidade do transporte público, vereadores da situação e até mesmo da oposição admitem o reajuste, a diferença está no valor. Enquanto isso estudantes já se mobilizam para novas ações contra o reajuste e o desrespeito da empresa com os usuários.

A seguir veja o vídeo gravado por Evandro e algumas fotos.

Sou apenas um trabalhador assalariado, casado com a companheira Irisnete Geleno, pai de quatro filhas(Ariany, Thamyres, Lailla e Rayara), morador da periferia (Boca da Mata-Imperatriz), militante partidário (PSTU) que assumiu algumas tarefas eleitorais como candidato (2006, 2008, 2010 e 2012) e que luta por uma sociedade COMUNISTA. Sempre fui e continuarei sendo a mesma pessoa de caráter que meus pais, minha escola, meus amigos ajudam a forjar. Um comunista escravo do modo de produção capitalista que não aceita a conciliação de classe defendida por muitos que se dizem de "esquerda", mas que na verdade são pequeno-burgueses que esperam sua chance no capitalismo.

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