O processo eleitoral é um verdadeiro conto de fadas contado de dois em dois anos e tem sempre os mesmos personagens – mesmo quando são pessoas diferentes -, ora é um lobo mau, ora é um dinossauro que esconde as garras ao máximo para não espantar a presa.
O enredo preferido é mostrar um Maranhão como o Estado de maravilhas e defendendo sempre: “Prá frente Maranhão!” ou “O Maranhão é de todos nós”, mas, chegado ao fim da história eis que se impõe a realidade.
Vejamos como se apresenta esse enredo contado de formas aparentemente diferentes mais iguais em sua essência: enquanto o Lobo mostra ferrovia transportando minério, fábricas produzindo celulose, alumínio, plantações de soja, etc., ou seja, a potência econômica da qual o Maranhão está inserido, bastando apenas seguir em frente o outro Dino propaga que essas mesmas potencialidades da qual ele defende, um Maranhão rico, é de todos os maranhenses, ambos os enredos não só querem esconder a miséria, mas inculcar na cabeça de todos que o mostrado é compartilhado por todos. Onde? Quando?
Nesse discurso de um Maranhão rico, de potencialidade econômica, ambos não dizem que essa riqueza é apropriada por poucos, aliás, os poucos que eles defendem ou que apostam para continuar enriquecendo ainda mais. Observem os exemplos dados por eles mesmos: A ferrovia e o minério que é transportado pela ferrovia vindo do Pará que cruza o Maranhão para ser exportada, a celulose que é produzida são toda para exportação, o alumínio ou o gusa, a soja produzida ambos para exportação. Vale ressaltar que todos os produtos são a primeira fase do beneficiamento das matérias primas, ou seja, a parte mais poluente é tratada no território nacional, mas o processo que acumula mais valor é feito em outros países, aqui são apenas filiais dessas multinacionais. Ou seja, assumimos o ônus ambiental em troca de dizer que somos um estado rico, rico sim de recursos naturais – não por muito tempo – mas um povo pobre pelo nível de exploração e exclusão dessa lógica.
Essa “carruagem” chamada Maranhão puxada pela pujança mostrada por essas “fadas madrinhas” não volta a ser a abobora à meia noite, pelo menos pra quem assume o poder de mãos dadas com quem lucra com essa exploração, mas aos trabalhadores a abobora nunca virou na prática a “carruagem” que os levariam a participar do baile em comemoração à riqueza produzida por eles. Aos trabalhadores resta a realidade da vida, das circunstancias da vida dura promovida pelos projetos dos ricos.
Mas por que essa realidade não é mostrada? A resposta é simples e você mesmo pode responder, para ajudá-lo a pensar na resposta faremos algumas perguntas: Você se vê explorado? Você tem serviços públicos (saúde, educação, transporte, etc.) de qualidade à sua disposição? Etc., etc… Se eles forem mostrar a vida real, será fácil perceber que estiveram sempre do lado dos exploradores e assim não poderiam se apresentar como uma esperança, um “messias”, é por isso que precisam mostrar um “Maranhão pra frente” ou que esse “Maranhão é de todos nós”, mas não se iludam não é, pelo menos até o dia em que os trabalhadores tomem o poder pra si.